O QUE É ESCLEROSE MÚLTIPLA E COMO TRATAR


Eu nunca havia me preocupado com doenças incapacitantes, até que um colega veio trabalhar conosco. Ele é portador de esclerose múltipla e aí veio a curiosiodade para saber o que é isso.
A esclerose múltipla é uma doença inflamatória, que afeta a capa de mielina responsável pela condução nervosa, reconhecida como a substância branca do sistema nervoso. A doença se caracteriza por um acometimento em diferentes partes do cérebro de da medula espinal e também em diferentes momentos, e assim é denominada de disseminação no tempo e no espaço, condição pela qual se estabelece o diagnóstico definitivo. Os sinais e sintomas não podem ser explicados por uma única lesão e o seu curso clínico é caracterizado mais frequentemente por surtos, seguidos de períodos de remissões.
Não é uma doença fatal e muitos pacientes levam uma vida normal. Porém a presença de novos sintomas e a somatória de antigos sintomas, além da evolução incerta, pode interferir de varias maneiras na vida do paciente.Apesar de existirem muitas dúvidas sobre a origem da esclerose múltipla, muito já se sabe sobre a imunologia da doença, o que tem possibilitado a descobertade medicamentos que controlam sua evolução e com certeza em breve, o seu completo domínio.
Normalmente atinge as pessoas com idade de 20 a 40 anos,geralmente aos 30 anos, com maior incidência em mulheres. 

Os Sintomas são:
  • Falta de coordenação
  • Vertigem
  • Perca da visão
  • Perca da audição
  • Dormência
  • Desequilíbrios
  • Tremores
  • Dificuldade para andar
  • Problemas intestinais
As conseqüências da esclerose Múltipla são:
  • Fraqueza muscular
  • Rigidez muscular.
  • Desordens na fala e linguagem
  • Dificuldade na memória
  • Ataxia
  • Espasmos muscular
  • Parestesia
  • Disfunção sexual e urinário
  • Má postura
  • Espasticidade
Ainda, em alguns pacientes pode acometer a parte respiratória dependendo do estágio que esta a doença, então tem que tratar muito rápido para que o estado do paciente não piore. Quando o paciente esta com desconforto respiratório deve-se realizar reeducação diafragmática, reexpansão pulmonar e higiene brônquica.
O Diagnóstico é feito através do médico neurológico que realiza uma avaliação e através de alguns exames como ressonância magnética , tomografia computadorizada, mielografia. O tratamento da Esclerose Múltipla é através de medicamentos juntamente com a reabilitação, fazendo com que a pessoa com Esclerose Múltipla seja independente, realize suas atividades da vida diária sozinha.
O objetivo da fisioterapia é melhorar amplitude de movimento, prevenir contraturas, melhorar a postura, melhorar parte respiratória, melhorar a força muscular, normalizar tônus muscular, minimizar a fadiga e a espaticidade e prevenir complicações.

O que provoca a esclerose múltipla?
Esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica do sistema nervoso central cuja causa é ainda desconhecida. Há, no entanto, um grande número de evidências, sugerindo que múltiplos fatores agem conjuntamente determinando a doença. A interação de fatores genéticos e ambientais desencadeia mecanismos de autoagressão.Os genes que conferem susceptibilidade à doença são os do chamado HLA DRB1 e DQB1, situados no cromosoma 6. Os genes do sistema HLA são responsáveis pela codificação das proteínas da superfície das células que apresentam os antígenos, e de muitos outros genes. O sistema imunológico usa os HLAs para diferenciar as células do próprio organismo de células estranhas ao organismo.

Fatores ambientais têm grande importância, embora não se saiba se apenas no desencadeamento da doença ou diretamente na própria causa da EM. Dentre os fatores ambientais significativos podem estar incluídas infecções (como pelo herpesvírus tipo 6, pelo vírus Epstein-Barr, pelo retrovírus endógeno humano (HERV) e pela Chlamydia pneumoniae); a falta de exposição a luz solar com conseqüente menor produção de vitamina D pelo organismo, e a menor exposição a bactérias e parasitas durante a infância,levando a alteração na maturação do sistema imunológico. Recentemente foi demonstrado que o tabagismo pode também estar implicado no maior risco de desenvolvimento da doença.
Marco Aurélio Lana Peixoto
Professor de Neurologia da Faculdade de Medicina da UFMG.
Diretor-Presidente do CIEM - Centro de Investigação em Esclerose Múltipla de Minas Gerais.
lanapma@uol.com.br

Fonte:http://www.cadastro.abneuro.org/site/conteudo.asp?id_secao=31&id_conteudo=59&ds_secao=Perguntas%20e%20Respostas

Quais são os sintomas da doença?
Muitos sintomas são possíveis na esclerose múltipla. No entanto alguns sintomas são mais freqüentes. A neurite óptica (uma inflamação do nervo óptico), que pode apresentar borramento visual, diminuição do campo visual, diminuição da visão e mesmo perda total temporária da visão, geralmente acompanhada de dor ocular e na no movimento dos olhos. Ocorre em 17 a 30% em diversas séries como sintoma inicial. Sintomas sensitivos é um dos sintoma mais comum e pode ocorrer em 40% como sintoma inicial. Pode se apresentar das mais diversas maneiras como uma perda de sensibilidade em alguma região do corpo de forma persistente, dor persistente inexplicável e regional ou focal, como por exemplo dor em braço, perna, em faixa no tórax, formigamento ou fincadas repetitivas e freqüentes.
Os sintomas motores também são muito freqüente, perda de força localizada em braço, perna isoladamente ou como hemiparesia (perda de força em um lado do corpo) ou tetraparesia (perda de força nos braços e pernas) ou paraparesia crural (perda de força das duas pernas) frequentemente podem ocorrer. Estes sintomas geralmente iniciam gradualmente e persistem por mais de 24 horas e podem aumentar de intensidade, ficar estáveis ou melhorarem de forma espontânea.
O quarto sintoma mais freqüente são os cerebelares e de tronco cerebral. Como o cerebelo comanda a coordenação dos movimentos, aparece o tremor grosseiro, a incoordenação, ou seja, andar como se estivesse “bêbedo”, e dificuldade de levar objetos em um alvo específico, como por exemplo, o garfo na boca para se alimentar. Em relação ao tronco cerebral os principais sintomas são a vertigem (labirintite), que é uma sensação da cabeça rodar ou todo corpo, com náuseas (sensação de quere vomitar) ou mesmo vômitos e também muitas vezes a visão dupla.

Existe um sinal que não é muito freqüente, denominado sinal de Lhermitte, que é uma sensação de choque que percorre a medula (espinha) quando se encurva a cabeça para frente. Este sinal quando presente é muito sugestivo da Esclerose Múltipla.
Outros sintomas mais raros incluem neuralgia do trigêmio (dor a mastigação de caráter intenso e agudo) e também pontos dolorosos na face. Paralisia facial, sem história de infecção viral e/ou choque de temperatura. Alterações do controle de urina (urina solta ou presa) são comuns na evolução da doença,bem como obstipação intestinal (intestino preso).
Denise Sisterolli Diniz
Profa. de Neurologia da Universidade Federal de Goiás.
Membro Titular da Academia Brasileira de Neurologia
dsd@brturbo.com.br

 Qual o tratamento para a Esclerose Múltipla?

O tratamento adequado para a Esclerose Múltipla começa por manter um bom estado de saúde geral, prosseguir uma vida activa, uma alimentação equilibrada, repouso suficiente, de modo a sentir-se bem, mantendo a forma física e psíquica.
É também fundamental um programa de exercícios e ginástica muscular, na medida em que, ajuda os doentes a recuperarem dos surtos e a diminuir a tensão muscular. Exercícios de treino do equilíbrio, podem ajudar os doentes a tornarem-se mais auto-confiantes.
Em virtude da evolução da Esclerose Múltipla ser imprevisível as necessidades e as capacidades variam, assim uma reavaliação médica periódica é fundamental. Os medicamentos são também imprescindíveis, nomeadamente os relaxantes musculares, pois permitem reduzir a tensão dos músculos e melhorar os movimentos. Nos últimos anos utilizam-se diversos fármacos que actuam no sistema imunitário, chamados imunomoduladores, como os Interferões-beta e o acetato de glatiramero, entre outros, que ajudam a modificar a alteração da doença.
Para além das consequências e limitações a nível físico, inerentes à doença, são também muitas as psicológicas, para o doente e consequentemente, para o cuidador, depressões e ansiedade são as mais frequentes. O grau de dependência que a Esclerose Múltipla desencadeia, assim como as mudanças comportamentais da doença, são factores que esgotam bastante os familiares e cuidadores do doente de Esclerose Múltipla, levando muitas vezes a situações de solidão absoluta. De registar que a taxa de divórcios em famílias em que um dos cônjuges é doente é bastante elevada. Neste sentido a psicoterapia individual e de grupo, assim como o aconselhamento, ajudam bastante para enfrentar todas as limitações causadas pela doença.

Novo tratamento para a esclerose múltipla Efeitos colaterais a curto prazo não foram verificados2010-01-22

Há um novo tratamento clínico que se revelou eficaz no combate à esclerose múltipla, pois reduz o agravamento e as recaídas desta doença inflamatória do sistema nervoso central.
De acordo com o estudo pulicado no New England Journal of Medicine, trata-se do Cladribine, o primeiro tratamento experimental que pode ser administrado por via oral para combater esta doença neurológica crónica, de causa ainda desconhecida. Este medicamento desenvolvido pelo grupo farmacêutico Merck Serono neutraliza o sistema imunitário, impedindo que este ataque o sistema nervoso central.
Ao longo de dois anos 1326 pacientes foram acompanhados neste estudo clínico, tendo sido sujeitos também a ressonâncias magnéticas. Os investigadores verificaram assim que com a administração do Cladribine, os efeitos colaterais causados pelas actuais terapias foram eliminados. Deste modo, é suficiente tomar os comprimidos num período de oito a dez dias por ano, evitando-se assim as injecções intravenosas às quais são submetidos actualmente os pacientes ao longo de todo o ano.
Os participantes do ensaio clínico que tomaram Cladribine tiveram menos 55 por cento de risco de recaída e menos 30 por cento de probabilidades de que a sua condição se agravasse do que o grupo tratado com placebos, fármacos inertes.
"A chegada do Cladribine, que não produz efeitos colaterais a curto prazo e é muito fácil de tomar, terá um importante impacto sobre o tratamento da esclerose em placas", afirma Gavin Giovannoni, da London School of Medicine and Dentistry, principal autor da investigação.

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