Mal de Parkinson - saiba como conviver


Tratamento de choque
Vilã nos filmes que retratam clínicas psiquiátricas decrépitas, a eletricidade volta remodelada e tem apresentado resultados promissores no combate a doenças como o câncer, a depressão e o mal de Parkinson

O que é a doença? Acomete pessoas de todas as camadas sociais, culturais ou econômicas. Entre os famosos que são ou eram portadores da doença encontram-se o ex-campeão mundial de boxe, Muhammed Ali, o papa João Paulo 2º e os atores Paulo José e Michael J. Fox. Confira abaixo o que é o Mal de Parkinson , formas de conviver com a doença e tratamento.

O que é
É uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. É também conhecida como parkinsonismo. Leva esse nome por ter sido descoberta pelo médico inglês James Parkinson, em 1817. Se dá pela morte prematura do neurônio, principal célula constituinte do sistema nervoso, localizado em uma região do cérebro conhecida como substância negra, em virtude de sua cor escura. Com a morte desses neurônios, o organismo deixa de produzir a dopamina, responsável por levar mensagens de uma célula para outra (neurotransmissores). A doença não é contagiosa, não tem cura e não é letal. Sua progressão é controlada por medicamentos.

Faixa Etária
Normalmente ocorre depois dos 50 anos e se acentua depois dos 60. Há casos em que ocorre em faixa etária menor, como aconteceu com o ator Michael J. Fox, antes de 40 anos.

Causas
Até hoje não se sabe por que razão essas células entram num processo de degeneração e morte e deixam de produzir a dopamina. O Mal de Parkinson pode ser causado pela propensão genética, pela formação de radicais livres que oxidam e matam as células, ou, ainda, pela poluição ambiental, que pode contribuir pela ocorrência da doença em organismos mais propensos.

Sintomas
Os sintomas do Parkinson variam de pessoa para pessoa e têm início de modo quase imperceptível, progredindo lentamente. O sintoma mais conhecido é o tremor nas mãos, quando estas estão em repouso. Em geral, quando a pessoa inicia um movimento, o tremor desaparece. Podem ocorrer tremores também nos pés, queixo e mandíbula. Segurar objetos ou ler jornais podem ser atividades árduas. Outros sintomas são cansaço ou mal-estar no fim do dia, rigidez muscular, lentidão de movimentos, alteração de postura e distúrbios do equilíbrio. A rigidez dos músculos da face pode ocasionar inexpressividade do rosto, que fica sem vida, além de alterações na fala. Também são sintomas do Mal de Parkinson alterações emocionais e de memória, depressão, irritabilidade e dores musculares.

Prevenção
Não há formas de prevenção, porém, pesquisas indicam que a exposição a produtos tóxicos agrícolas pode propiciar a doença. Também os que trabalham expostos ao gás monóxido de carbono, em garagens fechadas ou oficinas mecânicas, são mais suscetíveis à doença. Evitando-se essas situações, pode-se diminuir a incidência dos casos.

Tratamento
É clínico, realizado com medicamentos prescritos por especialista. Atividades físicas e mentais colaboram para amenizar os efeitos da doença e retardar sua progressão.

Tirar o luto e ir à luta
Em São Paulo, há uma entidade, a Associação Brasil-Parkinson, fundada há 15 anos, que hoje é referência nacional para as pessoas com Mal de Parkinson.Inicialmente, funcionava como um clube de dança, pois segundo um dos membros da coordenação da Associação, Samuel Grossmann, dança é o melhor exercício para manter o portador de Parkinson em atividade física e mental.
Samuel é marido da presidente da Associação, Marylandes Grossmann, portadora da doença de Parkinson. Ele vive integralmente para cuidar da esposa, devido às limitações impostas pela doença. Foi a partir do sofrimento da mulher, que nasceu a instituição, há 15 anos. A Brasil-Parkinson oferece hoje atendimento psicológico aos portadores e aos cuidadores, além de terapias como Fonoaudiologia, Fisioterapia, Arte Terapia e Coral, entre outras atividades gratuitas.
Pessoas com Parkinson têm geralmente a voz alterada e o Coral faz parte da terapia fonoaudiológica. "Além de melhorar o quadro físico traz alegria às pessoas que dele participam", explica Samuel. A Associação conta com milhares de associados em todo o Brasil. No país, há cerca de 200 mil portadores da doença.
O objetivo principal da Associação é que o indivíduo se mantenha ativo. "Se há limitação para fazer determinada atividade, que escolha outra, mas a pessoa não pode parar, o importante é exercitar-se física e mentalmente. O paciente deve tirar o luto da doença. Não se movimentando fisicamente tende a se deprimir. Deve tirar o luto e ir a luta, pois a doença leva a depressão, já que a pessoa tende a se isolar, sair do circuito social", destaca.
Para Samuel, quem sofre do Mal de Parkinson deve enfrentar a situação, conhecer a doença, suas características e os medicamentos necessários para controlar sua progressão. "Pelo mapeamento do genoma humano, espera-se um dia poder diagnosticar e prevenir esse mal", observa.
O coordenador lembra que em 1969, nos Estados Unidos, um jovem começou a se drogar com substância sintética injetável, passando a apresentar quadro semelhante ao Parkinson. Após avaliação e pesquisa médicas, descobriu-se que um dos componentes da droga, a metilfeniltetrahidropiridina, era responsável pela degeneração das células. A substância foi isolada e injetada, depois, num macaco, que também apresentou os sintomas da doença. Embora, desde o século passado, haja pesquisas sobre o Parkinson, ainda não se descobriu sua cura e suas causas são incertas, sendo atribuída principalmente a propensão genética.
O Mal de Parkinson atinge uma pessoa a cada mil habitantes. Mas, quando chega a terceira idade a incidência aumenta: acomete um a cada cem habitantes acima de 50 anos. Quando passa dos 60 anos, a ocorrência é de duas pessoas a cada 100 habitantes.

Serviço
A Associação Brasil-Parkinson oferece atendimento gratuito na avenida Bosque da Saúde, 1155, São Paulo. O telefone é (11) 578.8177.


Fonte: http://www.ame-sp.org.br/

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