MULHERES QUE MUDARAM O MUNDO - PARTE I


Irmã Dulce
Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes (Salvador, 26 de maio de 1914 — Salvador, 13 de março de 1992), mais conhecida como Irmã Dulce, Beata Dulce dos Pobres ou Bem-Aventurada Dulce dos Pobres tendo recebido o epíteto de "o anjo bom da Bahia", foi uma religiosa católica brasileira. Irmã Dulce notabilizou-se por suas obras de caridade e de assistência aos pobres e necessitados.
Em 1936, com apenas 22 anos, fundou, com Frei Hildebrando Kruthaup, a União Operária São Francisco, primeiro movimento cristão operário da Bahia. No ano seguinte, sempre com Frei Hildebrando, criou o Círculo Operário da Bahia, mantido com a arrecadação de três cinemas que ambos haviam construído através de doações. Tinham como finalidade a difusão das cooperativas, a promoção cultural e social dos operários e a defesa dos seus direitos. Em maio de 1939, Irmã Dulce inaugurou o Colégio Santo Antônio, voltado para os operários e seus filhos. No mesmo ano, para abrigar doentes que recolhia nas ruas, Irmã Dulce invadiu cinco casas na Ilha dos Ratos. Depois de ser expulsa do lugar, teve que peregrinar durante uma década, instalando os doentes em vários lugares, até transformar em albergue o galinheiro do Convento de Santo Antônio, que mais tarde deu origem ao Hospital Santo Antônio, centro de um complexo médico, social e educacional que continua atendendo aos pobres.
Mesmo com a saúde frágil, a Irmã Dulce construiu e manteve uma das maiores e mais respeitadas instituições filantrópicas do país.
Em 1988, foi indicada para o Prêmio Nobel da Paz, pelo então presidente do Brasil José Sarney, com o apoio da rainha Silvia da Suécia.
Em 2000 foi distinguida pelo papa João Paulo II com o título de Serva de Deus. O processo de beatificação da Irmã Dulce tramitou na Congregação das Causas dos Santos do Vaticano.
Entre os diversos estabelecimentos que a Irmã Dulce fundou estão o Hospital Santo Antônio, capaz de atender setecentos pacientes e duzentos casos ambulatoriais. O atendimento médico conta com especialização geriátrica, cirúrgica, hospital infantil, centro de atendimento e tratamento de alcoolismo, clínica feminina, unidade de coleta e transfusão de sangue, laboratórios e um centro de reabilitação e prevenção de deficiências. Além do hospital, Irmã Dulce também criou o Centro Educacional Santo Antônio (CESA), instalado em Simões Filho, que abriga mais de trezentas crianças de 3 a 17 anos. No Centro, os jovens têm acesso a cursos profissionalizantes. Irmã Dulce fundou também o “Círculo Operário da Bahia”, que, além de escola de ofícios, proporcionava atividades culturais e recreativas.
Durante mais de cinquenta anos de entrega total a caridade e amor ao próximo, em  de 1990 Irmã Dulce começou a apresentar problemas respiratórios, sendo internada no Hospital Português da Bahia, depois transferida à UTI do Hospital Aliança e finalmente ao Hospital Santo Antônio. Em 20 de outubro de 1991, recebe no convento, em seu leito de morte, a visita do Papa João Paulo II para receber a bênção e extrema unção.


Chiquinha Gonzaga

Inicia, aos 11 anos, sua carreira de compositora com uma música natalina, Canção dos Pastores. Aos 16 anos, por imposição da família do pai, casou-se com Jacinto Ribeiro do Amaral, oficial da Marinha Imperial brasileira e logo engravidou. Não suportando a reclusão do navio onde o marido servia, (já que ele passava mais tempo trabalhando no navio do que com ela) e as ordens dele para que não se envolvesse com a música, além das humilhações que sofria e o descaso dele com seu sonho, Chiquinha, após anos de casada separou-se, o que foi um escândalo na época.
Leva consigo somente o filho mais velho, João Gualberto. O marido, no entanto não permitiu que Chiquinha cuidasse dos filhos mais novos: Sua outra filha, Maria do Patrocínio e do filho, o menino Hilário, ambos frutos daquele matrimônio. Ela lutou muito para ter os 3 filhos juntos, mas foi em vão. Sofreu muito com a separação obrigatória dos 2 filhos imposta pelo marido e pela sociedade preconceituosa daquela época, que impunha duras punições à mulher que se separava do marido.
Anos depois, em 1867, reencontrou seu grande amor do passado, um namorado de juventude, o engenheiro João Batista de Carvalho, com quem teve uma filha: Alice Maria. Viveu muitos anos com ele, mas Chiquinha não aceitava suas traições. Separa-se dele, e mais uma vez perde uma filha. João Batista não deixou que Chiquinha criasse Alice, ficando com a guarda da filha. Apesar disso tudo, Chiquinha foi muito presente na vida de todos os seus quatro filhos, mesmo só criando um deles. Ela sempre estava acompanhando a vida deles e tendo contacto.
Ela, então, passa a viver como musicista independente, tocando piano em lojas de instrumentos musicais. Deu aulas de piano para sustentar o filho João Gualberto e mantê-lo junto de si, sofrendo preconceito por criar seu filho sozinha. Passando a dedicar-se inteiramente a música, onde obteve grande sucesso, sua carreira aumentou e ela ficou muito famosa, tornando-se também compositora de polcas, valsas, tangos e cançonetas. Antes, porém, uniu-se a um grupo de músicos de choro, que incluía ainda o compositor Joaquim Antônio da Silva Callado, apresentando-se em festas.
Aos 52 anos, após muitas décadas sozinha, mas vivendo feliz com os filhos e a música, conheceu João Batista Fernandes Lage, um jovem cheio de vida e talentoso aprendiz de musicista, por quem se apaixonou. Ele também se apaixonou perdidamente por essa mulher madura que tinha muito a ensinar-lhe sobre música e sobre a vida. A diferença de idade era muito grande e causaria mais preconceito e sofrimento na vida de Chiquinha, caso alguém soubesse do namoro. Ela tinha 52 anos e João Batista, apenas 16. Temendo o preconceito, fingiu adotá-lo como filho, para viver o grande amor. Esta decisão foi tomada para evitar escândalos em respeito aos seus filhos e à relação de amor pura que mantinha com João Batista, da qual pouquíssimas pessoas na época entenderiam, além de afetar sua brilhante carreira. Por essa razão também, Chiquinha e João Batista Lage, ou Joãozinho, como carinhosamente o chamava, mudaram-se para Lisboa, em Portugal, e foram viver felizes morando juntos por alguns anos longe do falatório da gente do Rio de Janeiro. Os filhos de Chiquinha, no começo, não aceitaram o romance da mãe, mas depois viram com naturalidade. Fernandes Lage aprendeu muito com Chiquinha sobre a música e a vida. Eles retornaram ao Brasil sem levantar suspeita nenhuma de viverem como marido e mulher. Chiquinha nunca assumiu de fato seu romance, que só foi descoberto após a sua morte através de cartas e fotos do casal. Ela morreu ao lado de João Batista Lage, seu grande amigo, parceiro e fiel companheiro, seu grande amor, em 1935, quando começava o Carnaval.

Rainha-Mãe - A mulher temida por Hitller

Rainha Mãe dos ingleses, Elizabeth [Isabel] Angela Marguerite Bowes Lyon nasceu a 4 de agosto de 1900, em Hertfordshire, na Inglaterra, filha dos condes de Strathmore & Kinghorne, uma casa nobre escocesa. Os ingleses consideravam-na a avó de toda a nação, chamando-lhe carinhosamente de Rainha Mãe. Elizabeth foi educada nas propriedades da família na Escócia, tendo tido uma infância despreocupada e feliz, num espírito de abertura e de modernidade. Nascera, de facto, no seio da aristocracia e não da realeza, o que lhe dava maiores liberdades e menos incumbências públicas. Mas o ambiente da realeza não era nada estranho a Elizabeth, e foi mesmo no seio deste que veio a conhecer o seu futuro esposo, o tímido duque de York, o príncipe Bertie (1895-1952), segundo filho do rei Jorge V (1865-1936) e mais tarde Jorge VI, depois de seu irmão, Eduardo VIII (1894-1972), abdicar do trono em 1936 (ao fim de nove meses, na sequência do seu casamento com uma senhora americana, Wallis Simpson, divorciada). O casamento com o duque de York ocorreu a 26 de abril de 1923.
Elizabeth torna-se assim Rainha, a 10 de dezembro de 1936, de forma inesperada, contra as suas expectativas de fundar uma família feliz, afastada da opinião pública e dos problemas da realeza. Tinha o casal duas filhas, Elizabeth (Isabel II), nascida em 1926, e Rose (Margarida), que nasceu em 1930. Em dezembro de 1935, Elizabeth foi acometida por uma pneumonia e mais tarde, depois da Guerra, em 1948, por uma forte gripe, Influenza.
O seu marido, o duque de York, tinha problemas de saúde, ascendendo ao trono também numa época difícil para o país e para a Europa, que se viria a agudizar com a Segunda Guerra Mundial. Todavia, manteve-se sempre ao lado do povo, ao qual apoiou e incentivou, mesmo debaixo de pesados bombardeamentos alemães, acolhendo também outras famílias reinantes da Europa em fuga e vários políticos e dissidentes de países ocupados pela "Nova Ordem" nazi. Nestes momentos difíceis a rainha Elizabeth soube estar sempre do lado do marido e do povo, cuidando da família e incentivando o monarca no cumprimento das suas funções e obrigações. A experiência da guerra não era estranha a Elizabeth, que atravessara a Primeira Guerra Mundial (1914-18) e vira muitos jovens partir para uma guerra do outro lado do Canal. Mas agora, a guerra "caía-lhe em cima da cabeça". Sir Winston Churchill, durante os violentos bombardeamentos alemães sobre Londres, a par de outras individualidades britânicas, apelou à rainha para que acompanhasse as suas filhas para a segurança do Canadá, longe da guerra e do perigo. No entanto, em conformidade, aliás, com a posição de seu marido, do qual esteve sempre ao lado, recusou tal hipótese, afirmando que se manteria junto ao seu povo. Respondeu assim, categoricamente, à proposta de se retirar para o Canadá: "As meninas não vão sem mim, eu não irei sem o Rei e o Rei não nos abandonará nunca". Era por isso bastante comum ver a Rainha visitar os locais bombardeados, a confortar as famílias ou a incutir moral nas tropas e no povo. Um dia, depois de um raid aéreo sobre o palácio de Buckingham e da destruição infligida, Elizabeth disse ter sentido na pele aquilo que os seus compatriotas e habitantes de Londres sentiam durante e depois de cada ataque alemão. Esta inamovível presença da família real britânica junto do povo marcou para sempre os ingleses, que, graças a tal exemplo de coragem e apoio ao povo, mantêm uma elevada confiança na instituição monárquica, abalada por escândalos recentes e sem qualquer relação com a Rainha Mãe.Em 6 de fevereiro de 1952, seu marido, o rei Jorge VI, morre. Elizabeth abdica então do seu título de rainha e a sua filha mais velha torna-se a rainha de Inglaterra, sob o nome de Isabel II, mantendo-se ainda no trono. Elizabeth Bowes-Lyon adota então o título de "Rainha Mãe", para evitar qualquer confusão com a sua filha, que também tinha o mesmo nome e era rainha. Mas Elizabeth não se retirou da vida pública, apesar de o fazer de forma discreta e sempre em apoio da sua filha e da Casa Real, nunca impondo a sua dignidade de Rainha Mãe. O seu quotidiano era preenchido por atividades de Estado, militares, cívicas e de caridade. Manteve sempre uma extraordinária adaptação aos novos tempos, às novas tendências e acima de tudo uma alegria transbordante e contagiante, mantendo uma aura de popularidade notável junto dos ingleses e também em toda a Europa. Dignidade, graça, compreensão pela vida fora dos palácios e pelo quotidiano do povo, apoiados numa forte personalidade, eram as características marcantes desta figura cimeira da monarquia inglesa, unanimemente acarinhada por todos os setores da população. Manteve-se sempre de sorriso pronto e elegantemente vestida, não disfarçando uma das suas "fraquezas" antigas: uma grande vaidade em termos de guarda-roupa e em joias, mesmo nos últimos anos da sua vida.Faleceu enquanto dormia a 30 de março de 2002, vítima de infeção pulmonar.

Fonte:http://www.infopedia.pt/$rainha-mae-de-inglaterra

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